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Empresas ofertam vagas de trabalho incompatíveis para deficientes físicos

Não é difícil encontrar um cidadão com algum tipo de deficiência que já tenha sido encaminhado para uma vaga impossível de ser ocupada. Um exemplo recente foi registrado pela Associação dos Deficientes Físicos de Apucarana (Adefiap), que recebeu a oferta

Da Redação

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 Após várias tentativas frustradas, Gustavo Bononi conseguiu uma chance de trabalho
Icone Camera Foto por Sérgio Rodrigo/Tribuna do Norte
Após várias tentativas frustradas, Gustavo Bononi conseguiu uma chance de trabalho
Escrito por Da Redação
Publicado em 16.07.2013, 10:16:00 Editado em 27.04.2020, 20:27:24
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Não é difícil encontrar um cidadão com algum tipo de deficiência que já tenha sido encaminhado para uma vaga impossível de ser ocupada. Um exemplo recente foi registrado pela Associação dos Deficientes Físicos de Apucarana (Adefiap), que recebeu a oferta de uma vaga de maquinista – trabalho que não pode ser ocupado por uma pessoa surda, cega e que exige que se trabalhe por longas horas seguidas. Outro caso foi registrado na Agência do Trabalhador, onde uma empresa ofereceu o cargo de motorista de caminhão, vaga que dificilmente poderia ser ocupada por um deficiente auditivo, visual e até motor. Além desse tipo de barreira, faltam fiscais no Ministério do Trabalho para cobrarem o cumprimento da lei. Com isso, muitas empresas sabem desta dificuldade e não abrem vagas para deficientes.
Segundo Dados Demográfico de 2010, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 35,7 milhões de brasileiros têm deficiência visual e que 13,2 milhões enfrentam algum tipo de deficiência motora. Segundo o IBGE, 55% das pessoas com algum tipo de deficiência não conseguem uma vaga no mercado de trabalho.
Com a obrigatoriedade de manter uma cota para deficientes, muitas empresas acabam ofertando vagas apenas para justificar o cumprimento da lei, mas escolhem funções impossíveis de serem realizadas por deficientes. Para ficar na ‘legalidade’, a estratégia a pedir que as entidades responsáveis em fazer o encaminhamento assinem um ofício para o Ministério do Trabalho, alegando falta de interessados.
Um exemplo de absurdos oferecidos aos deficientes foi sentido na pele jovem araponguense Gustavo Bononi, 27 anos, que tem paralisia do lado esquerdo do braço. Mesmo formado em Direito, ele demorou mais de meio ano para encontrar trabalho.
Depois de se formar e tentar vagas em escritórios de advocacia sem sucesso, ele decidiu deixar de lado a área para sair da ociosidade. Foi aí que percebeu como ainda existe muito preconceito contra os deficientes físicos. “As poucas vagas que surgiram pareciam piadas de mau gosto. Uma delas foi para descarregador de sacas numa empresa de grãos. Outra vaga foi de operador de xerox, função que é difícil para quem tem a minha deficiência, já que não conseguia resolver qualquer problema que a máquina apresentasse”, conta.
Há dois meses, ele conseguiu uma vaga de encarregado de serviços gerais em uma loja de móveis e eletrodomésticis, onde trabalha como auxiliar de estoque, de etiquetagem, de clientes, entre outras funções. “Tenho conseguido ajudar em quase todas as funções, sem ser colocado em situação que não posso ser útil”, assinala.
Para Ruth Batista Moreira, subgerente da loja, a empresa vem procurando se ajustar à lei, mas admite que em algumas cidades, como Apucarana, não sugiram interessados. Segundo ela, no caso de Bononi, a dedicação e esforço pessoal têm superado qualquer deficiência. “Ele procura ser útil em tudo e, muitas vezes, chega a ser mais eficiente que muitas pessoas sem qualquer problema”, diz.

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