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Rio+20: Preços de hotéis levam delegações europeias a encolher 30%

Os preços cobrados por hotéis durante a Rio+20, que acontece no próximo mês de junho, fizeram com que as delegações europeias que vem ao país para o evento encolhesse em média 30%, de acordo com o chefe da Seção de Cooperação da Delegação da União Euro

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 05.04.2012, 16:01:00 Editado em 27.04.2020, 20:43:15
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Os preços cobrados por hotéis durante a Rio+20, que acontece no próximo mês de junho, fizeram com que as delegações europeias que vem ao país para o evento encolhesse em média 30%, de acordo com o chefe da Seção de Cooperação da Delegação da União Europeia no Brasil.

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Segundo Jérôme Poussielgue, responsável pelas reservas da delegação da UE durante a conferência ambiental, os preços altos e a política de vender pacotes para o período completo estão levando países europeus a reverem o número de pessoas que vão mandar para o Rio.


"Acho que os donos de hotéis sabem que 50 mil pessoas vão para o Rio e que vão ganhar muito dinheiro com isso. As pessoas vão precisar de quartos e eles põem preços loucos porque sabem que vai ter gente para pagar. Mas muitas embaixadas resolveram reduzir o número de pessoas em suas delegações", diz.


Poussielgue afirma que a redução vem sendo detectada em reuniões realizadas com embaixadas europeias em Brasília e que países de outras regiões também estão sendo afetados, como o Japão, que reduziu sua delegação de 500 para 400 pessoas, afirma.

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"Para nós, essa conferência é muito importante e queremos que tenha resultados concretos. Estamos fazendo o fazendo o necessário para poder ir, mas é um preço muito alto. Isso tem um impacto sobre o número de gente e sobre os diálogos que se pode ter", considera ele.


Na última sexta-feira, a Delegação da UE informou ao Itamaraty oficialmente que os preços altos iriam diminuir o nível de participação europeia.


Demanda alta
Vinte anos após a Rio-92, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável espera receber 50 mil pessoas entre 13 e 22 de junho. O encontro vai ser focado em dois temas principais: economia verde baseada em desenvolvimento sustentável com erradicação da pobreza e a criação de uma matriz global de desenvolvimento sustentável.
Na última edição da conferência, realizada em Durban, na África do Sul em dezembro do ano passado, estima-se que cerca de 20 mil pessoas compareceram ao evento, sendo mais de 6 mil representantes de delegações oficiais, quase 2 mil jornalistas e milhares de ativistas de diversas ONGs e entidades de lobby.

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De acordo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), o Rio conta com um total de 33 mil quartos. Isso inclui desde albergues a hotéis cinco estrelas. Para as delegações da Rio+20, a procura é sobretudo por hotéis de 4 a 5 estrelas.
A demanda maior do que a oferta está levando a agência de turismo licitada para cuidar das hospedagens, Terramar, a fazer reservas em hotéis fora do Rio, em cidades como Petrópolis e Mangaratiba, para que não faltem vagas para as delegações.
"Temos que garantir hospedagem prioritária para os países que virão. Como país anfitrião, temos que receber bem", diz o secretário do Comitê Nacional de Organização (CNO) da Rio+20, Laudemar Aguiar, lembrando que, além das 193 nações convidadas, o Rio virará sede temporária da ONU durante o evento.


De acordo com Aguiar, o comitê conseguiu negociar com os hotéis um desconto de 10% sobre as reservas oficiais para o período. Mas não tem influência sobre os preços praticados, que sobem por causa da dimensão do evento.
"Não estou querendo justificar, mas existe uma prática de mercado. Os valores em grandes eventos são diferenciados", afirma. "Em relação a eventuais abusos, o Ministério da Justiça foi acionado e isso está correndo entre as partes interessadas. O que nós não queremos é que se verifiquem abusos."


Denúncias apuradas
Na sexta-feira passada, o Ministério da Justiça e o CNO receberam representantes da ABIH e de outras entidades de hotelaria para tratar de denúncias recebidas, sobre o "possível aumento abusivo dos preços cobrados pela rede hoteleira" durante a Rio +20.
De acordo com o Ministério da Justiça, as associações se comprometeram a dialogar com seus representados sobre as preocupações do governo, e uma nova reunião deverá ser feita na próxima semana no Rio.

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Segundo Alfredo Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, o assunto não começou nesta reunião e nem terminará com ela. "O assunto vem sendo tratado desde o primeiro dia. Mas a ABIH não tem nenhuma ingerência nem mando sobre a parte comercial dos hotéis", destaca.


Lopes afirma que casos de abuso existem ("sempre existe a laranja podre no cesto"), mas que são exceção, estando a maioria dos hotéis trabalhando como manda o protocolo, com a agência oficial encarregada das reservas, e com contratos assinados.
Por enquanto, 12 mil reservas para as delegações oficiais foram feitas pela agência Terramar. Segundo Lopes, o evento fez com que o mês de junho passasse a seguir padrões de uma alta temporada. A ocupação estimada para o período é de 95%, sendo que, deste total, 80% será usado por delegações oficiais de mais de cem países.

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