Dólar fecha estável, após déficit comercial recorde

O dólar fechou estável ante o real nesta quinta-feira, 6, após apagar as perdas à tarde ajudado pelo saldo comercial negativo recorde em fevereiro. A moeda foi beneficiada ainda por um ajuste após as quedas registradas recentemente e por dados ruins do fluxo cambial.

O dólar à vista no balcão terminou a sessão estável, cotado a R$ 2,3180. O giro estava próximo de US$ 1,341 bilhão por volta das 16h30, segundo dados da clearing de câmbio da BM&FBovespa. No mercado futuro, o dólar para abril subia 0,04%, a R$ 2,3355. O volume de negócios estava perto de US$ 14 bilhões.

A moeda abriu a sessão em queda, em linha com as perdas registradas diante de outras moedas de países emergentes no mercado internacional e pressionada pelo declínio do CDS de cinco anos do Brasil para 164 pontos hoje. O dólar acentuou as perdas mais tarde, depois do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, afirmar que a instituição manterá a política monetária acomodatícia na zona do euro.

O dólar chegou a zeras as perdas e bater máximas à tarde, influenciado pelos dados da balança comercial brasileira em fevereiro. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o déficit comercial somou US$ 2,125 bilhões em fevereiro. O resultado do mês passado veio melhor do que as estimativas de um déficit de entre US$ 2,800 bilhões e US$ 4,166 bilhões, com mediana negativa de US$ 3,00 bilhões, mas foi o pior para o mês de toda a série histórica, iniciada em 1994.

O Banco Central informou na manhã de hoje que o fluxo cambial ficou negativo em US$ 1,856 bilhão no mês de fevereiro. O resultado é fruto de saídas de US$ 2,129 bilhões do segmento comercial e entradas de US$ 272 milhões da área financeira. No acumulado do ano até fevereiro, o fluxo está negativo em US$ 246 milhões. No mesmo período de 2013, o fluxo total estava negativo em US$ 2,491 bilhões.

Na primeira parte da sessão também foi divulgada a ata da reunião de fevereiro do Comitê de Política Monetária (Copom), que ajudou a manter as apostas de que a Selic pode subir mais 0,25 ponto em abril, ainda que o encerramento do ciclo também não esteja descartado.