Liminar impede alteração no nome do Copacabana Palace

Por Osni Alves

RIO DE JANEIRO, RJ, 6 de março (Folhapress) - Uma liminar expedida hoje pela 9ª Vara de Fazenda Pública do Rio impede que o grupo Orient Express, controlador do Copacabana Palace Hotel, altere o nome do empreendimento, conforme pretendia fazer.

O grupo pretendia acrescentar o nome Belmond à marca na próxima segunda-feira.

Em caso de descumprimento, a multa será de R$ 500 mil, de acordo com a decisão da juíza Gisele Guida de Faria. A decisão é válida até o julgamento da ação popular movida pelo empresário Omar Peres. Na ação, Peres pede que o nome original do hotel seja mantido.

Diretora-geral do Copacabana Palace, Andréa Natal disse, por meio da assessoria de imprensa, que o grupo Orient Express ainda não foi notificado e, por isso, não poderia informar se há intenção de recorrer.

Já o empresário Omar Peres disse à reportagem que o processo movido não é para afetar o grupo Orient Express.

"Trata-se de uma iniciativa de quem ama a cidade e quer ver o seu patrimônio preservado", disse, acrescentando que espera que eles não recorram.

Liminar

Na liminar, a juíza intima os governos estadual e municipal, além do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a se manifestarem sobre o assunto.

Na decisão, ela afirma que não se trata apenas de tombamento do imóvel, mas de um conjunto de bens materiais e características imateriais que integram o patrimônio histórico e cultural.

"Nesse diapasão, a pretendida alteração do nome descaracterizará o patrimônio protegido, fazendo com que se percam os valores histórico, social e cultural que justificaram a intervenção estatal para a sua preservação", diz.

Entenda a Mudança

Segundo Natal, todos os 45 hotéis e demais empreendimentos turísticos de luxo do grupo Orient Express pelo mundo acrescentarão o nome Belmond às marcas já existentes.

De acordo com ela, o Copacabana Palace, que tem 241 quartos, faturou R$ 128 milhões ano passado e pretende chegar a R$ 150 milhões no fim deste ano.