BRASÍLIA, DF - Depois de a equipe econômica do governo decidir aumentar os tributos sobre cerveja, refrigerantes e outras bebidas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai se reunir amanhã com representantes dos setores de bebidas frias, bares e restaurantes para tratar do assunto.
A indústria levará ao ministro a mensagem de que não vai cortar investimentos, mas que não tem como absorver o aumento dos impostos. A conta vai, portanto, para o bolso do consumidor, que não deve frear o consumo de bebidas frias em ano de Copa do Mundo.
De acordo com as estimativas do Sindicerv (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja), a venda de cerveja deve aumentar até 10% esse ano, crescimento impulsionado pelo consumo durante o Mundial.
O setor de bares e restaurantes, por sua vez, prevê uma queda de até 15% no faturamento anual dos estabelecimentos.
A Receita Federal anunciou há duas semanas a atualização da tabela de preços da cerveja e demais bebidas frias, sobre a qual são calculados os impostos federais - PIS, Cofins e IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados).
O ministro deve reiterar amanhã que a tabela de preços não era revisada há dois anos, e que era o momento certo para essa decisão.
IMPACTOS
A medida vai gerar arrecadação extra de R$ 1,5 bilhão, de junho -quando começa a valer a nova taxação- até o fim do ano.
Essa receita adicional vem em boa hora para o governo, que busca meios de compensar a escalada de gastos públicos, como o socorro ao setor elétrico, prejudicado com a pouca chuva no ano.
A variação dos preços aos consumidores poderá ser de até 2,25%, pelas contas da Receita. Para a indústria, que afirma ter sido pega de surpresa pela medida, o impacto mínimo nos preços finais será de 5%.
A mudança vai repercutir na inflação, que já estará ainda mais pressionada na época da Copa do Mundo pelo pico de demanda por alimentação e serviços, como hotelaria e passagens aéreas.
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