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Santo Antônio será punida se paralisar obras, diz Aneel

A Santo Antônio Energia será punida caso paralise as obras da usina e atrase a entrega do empreendimento, disse o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino. Desde que a empresa anunciou que não tem mais recursos para pagar suas despesas, o consórcio construtor

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 02.09.2014, 20:20:17 Editado em 27.04.2020, 20:09:40
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A Santo Antônio Energia será punida caso paralise as obras da usina e atrase a entrega do empreendimento, disse o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino. Desde que a empresa anunciou que não tem mais recursos para pagar suas despesas, o consórcio construtor demitiu 200 trabalhadores. "Se parar a obra, a concessionária vai responder por isso", afirmou. "Ninguém deseja, quer ou espera que se chegue a esse ponto, e o principal interessado em que isso não aconteça é exatamente a concessionária", acrescentou.

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Rufino disse que a Santo Antônio Energia tem o dever de entregar a usina no prazo estabelecido, até o fim de 2015. Além disso, a empresa tem a obrigação comercial de gerar a energia que vendeu a seus clientes. Se não conseguir produzi-la, deve comprá-la no mercado de curto prazo.

O diretor-geral informou que a empresa corre o risco de receber multa, ter a garantia executada, ser desligada do mercado e até perder a concessão. Rufino disse, porém, não acreditar que isso vai ocorrer. A Santo Antônio Energia já abriu uma chamada de capital aos sócios de R$ 860 milhões.

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"Temos forte expectativa de que a Santo Antônio Energia vai pagar suas obrigações na liquidação da semana que vem", afirmou. "Ainda que não tenham depositado a garantia, que era uma obrigação, isso não inviabiliza o pagamento. O que se espera é que eles honrem com sua obrigação de liquidar o que devem."

O diretor-geral disse que não recebeu nenhum pedido da concessionária para adiar a data de pagamento de sua dívida no mercado de curto prazo, que vence na segunda-feira, 08. Segundo Rufino, a interrupção das obras vai prejudicar o fluxo de caixa da própria Santo Antônio Energia. A obra está em sua fase final e 31 de suas 50 turbinas já estão em operação.

Fatura

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Os problemas da usina hidrelétrica de Santo Antônio já começam a atingir as distribuidoras, que atendem o consumidor residencial. A Aneel informou que as concessionárias de distribuição vão receber até a próxima semana R$ 549,5 milhões para pagar despesas com energia no mercado de curto prazo.

Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, desse total, R$ 300 milhões, ou 55% do valor, correspondem a gastos com a energia que a usina de Santo Antônio não gerou. Ao não produzir o que prometeu, a obrigação da empresa é recomprar lastro no mercado de curto prazo, o que a concessionária também não fez. Por isso, a conta sobrou para as distribuidoras, que farão o repasse ao consumidor.

Desde que começou a operar, Santo Antônio não tem conseguido produzir toda a energia que deveria entregar. Amparada por liminares que perderam validade e alegando falta de recursos, em 21 de agosto, a concessionária depositou R$ 120 milhões como garantia para a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A despesa totalizava R$ 1 bilhão.

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No dia seguinte, a CCEE incluiu a Santo Antônio Energia na lista de inadimplentes do mercado. A consequência desse processo é que os contratos foram cortados, de forma que os credores terão que assumir a dívida da usina.

Dos R$ 860 milhões que não foram pagos, R$ 300 milhões acabaram nas mãos das distribuidoras. O restante terá que ser bancado pelos clientes que adquiriram a energia da usina no mercado livre, como indústrias, por exemplo.

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Empréstimo

Como não possuem caixa próprio para bancar essa despesa, as distribuidoras vão receber esse dinheiro por meio do empréstimo firmado com um sindicato de bancos e intermediado pelo governo, que totaliza R$ 17,8 bilhões neste ano.

Esse repasse pode ser feito porque o caso da usina é um problema gerado por fatos alheios ao controle das distribuidoras. No jargão do setor, isso é conhecido como exposição involuntária. Ao não entregar a energia prometida e não recomprá-la no mercado à vista, Santo Antônio deixou seus clientes "na mão".

O Ministério de Minas e Energia adiou a data do leilão A-5 de 30 de setembro para 28 de novembro. A decisão foi tomada porque há uma expectativa de que o governo consiga viabilizar o licenciamento prévio de algumas usinas hidrelétricas, entre as quais Itaocara, e incluí-las na licitação. Por falta dessa documentação, nenhuma hidrelétrica poderia fazer parte desse leilão, que prevê a entrega dos empreendimentos a partir de 2019.

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