MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Remessas de imigrantes precisam ser desoneradas no Brasil, diz economista

LUCAS VETTORAZZO RIO DE JANEIRO, RJ - As remessas ao exterior são um dos principais mecanismos de combate à pobreza ao redor do mundo e o Brasil precisa desonerar esse tipo de operação financeira. A afirmação é do economista chefe para o tema imigração e

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 07.10.2014, 12:14:00 Editado em 27.04.2020, 20:07:29
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

LUCAS VETTORAZZO
RIO DE JANEIRO, RJ - As remessas ao exterior são um dos principais mecanismos de combate à pobreza ao redor do mundo e o Brasil precisa desonerar esse tipo de operação financeira. A afirmação é do economista chefe para o tema imigração e remessas do Banco Mundial, Dilip Ratha, que está no Brasil para dar palestra na conferência TED Global, que ocorre até o fim desta semana no Rio.
PhD em economia pelo Instituto de Estatística da Índia, Ratha, que fala nesta terça-feira (7), considerou alto o imposto de 0,38% (IOF) cobrado pelo Brasil nas operações de remessas ao exterior.
Esse tipo de movimentação financeira, disse, não é taxada em boa parte dos países da Europa e nos EUA. São cobradas apenas as comissões dos bancos comerciais e agentes financeiros pelo o envio e conversão do valor.
"A minha impressão é que esse percentual [de 0,38%] é muito alto. É difícil encontrar países em que é preciso pagar impostos para enviar dinheiro ao exterior. Quando um imigrante faz uma remessa, considera-se que ele já pagou os impostos locais para levantar esse dinheiro", afirmou Ratha por telefone à reportagem, enquanto aguardava, em Atlanta (EUA), para embarcar para o Brasil.
O Banco Central divulgou no fim de setembro que as remessas ao exterior atingiram em agosto último US$ 137,2 milhões, o maior montante desde o início da série histórica que começou em 1995. A marca inédita de três dígitos foi alcançada em abril e a média acima dos US$ 100 mil por mês foi mantida nos quatro meses seguintes.
Ratha diz acreditar que, mesmo altos, é possível que os valores totais estejam subestimados, já que ainda existem maneiras informais de se enviar dinheiro para fora.
Ele estima que o país deva mandar, legal ou ilegalmente, de US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões por ano.
DESBUROCRATIZAÇÃO
Em 2013, segundo estimativas do Banco Mundial, as remessas movimentaram US$ 404 bilhões no mundo. O especialista afirmou que o imigrante, em média, envia de 10% a 20% do seu salário ao seu país de origem.
Burocratizar as remessas, disse, além de não fazer sentido do ponto de vista econômico "é moralmente condenável e contra os direitos humanos". Ratha afirmou concordar com a posição defendida pelo jornal americano "The New York Times", em editorial do início de julho, de que as remessas são o "maior e provavelmente mais eficaz esforço de combate à pobreza no mundo".
"O valor que sai da economia via remessa não é grande. Se o país desestimula as remessas, as pessoas vão parar de buscar o local como opção de imigração", disse.
Segundo a Polícia Federal, há atualmente 1,08 milhão de imigrantes legais vivendo no país. Para o Banco Mundial, a tendência é de que cresça nos próximos anos a quantidade de imigrantes na rota "sul-sul", via, segundo Ratha, escolhida em geral por cidadãos mais pobres.
Ratha afirmou que tanto o país quanto o restante das nações em desenvolvimento precisam investir na divulgação de informações corretas sobre as ofertas de trabalhos disponíveis.
Segundo o economista, até mesmo os imigrantes mais pobres podem trazer benefícios à economia local, já que há trabalhos que os moradores locais não querem fazer e que podem ser desempenhados pelos estrangeiros.

continua após publicidade

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Remessas de imigrantes precisam ser desoneradas no Brasil, diz economista"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!