SÃO PAULO, SP - O Facebook anunciou nesta sexta-feira (31) a criação de um endereço que facilita o acesso à rede social pelo Tor, navegador anônimo e criptografado que garante mais privacidade aos usuários.
Usuários do navegador têm dificuldades para acessar o site tradicional --www.facebook.com-- porque a rede social costuma identificá-los como pertencentes a uma botnet, ou seja, uma rede de computadores infectados usada para ataques hacker.
O problema acontece porque o navegador é programado para esconder a localização real de seu usuário, estabelecendo conexões que migram entre servidores de diferentes países. A prática confunde o sistema de proteção do Facebook, projetado para suspeitar que algo está errado quando acessos à mesma conta são feitos de locais diferentes.
"O Tor desafia alguns preceitos dos mecanismos de segurança do Facebook (...) [ao usá-lo] uma pessoa parece que está se conectando da Austrália em um momento e depois pode aparecer se conectando da Suécia ou do Canadá. Em outros contextos, tal comportamento pode sugerir que é uma conta hackeada(...), mas, no Tor, isso é normal", explicou a empresa.
Com o endereço especial criado para a rede Onion, onde o Tor opera, o site de Mark Zuckerberg estabelece conexão direta entre quem acessa a página pelo Tor e os servidores da companhia, resolvendo estes problemas.
Segundo o Facebook, o novo endereço pode ser utilizado sem que os usuários percam as proteções fornecidas pelo navegador anônimo.
"Com o tempo, esperamos poder compartilhar algumas das lições que aprendemos --e que vamos aprender-- sobre medir e distribuir nossos serviços pelo endereço do Facebook na Onion", disse a companhia. "Temos muitas ideias e estamos ansiosos por aprimorar este serviço".
NA CONTRAMÃO
A iniciativa vai na contramão das frequentes críticas de invasão de privacidade direcionadas para o Facebook ao longo dos últimos anos.
A rede social costuma ser criticada pela maneira com que utiliza os dados de seus usuários para publicidade e outros tipos de experimento.
Em julho, a chefe operacional da companhia precisou se desculpar publicamente após o site divulgar um estudo psicológico no qual manipulou, sem qualquer tipo de aviso prévio, o feed de notícias de quase 700 mil pessoas, observando as emoções às quais as pessoas eram expostas.
Escrito por Da Redação
Publicado em 31.10.2014, 17:30:00 Editado em 27.04.2020, 20:06:20
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