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Dançarino morto em favela foi atingido por tiro, diz Beltrame

SÃO PAULO, SP, 23 de abril (Folhapress) - O Secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse na noite de hoje que o laudo cadavérico do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, mostra que ele tinha "perfuração de arma de fog

Da Redação

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Publicado em 23.04.2014, 19:59:00 Editado em 27.04.2020, 20:15:46
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SÃO PAULO, SP, 23 de abril (Folhapress) - O Secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse na noite de hoje que o laudo cadavérico do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, mostra que ele tinha "perfuração de arma de fogo" e que esse tiro teria causado sua morte.

"A perfuração por arma de fogo foi fatal", disse o secretário em entrevista coletiva. A mãe do jovem já tinha dito que ele foi atingido por um tiro nas costas na noite de anteontem. A Polícia Civil, porém, não havia confirmado a informação até então.

Pereira era dançarino do programa "Esquenta", da TV Globo. A morte dele causou uma série de protestos na noite de ontem, que resultaram na morte de um outro rapaz.

O coronel Frederico Caldas, comandante das UPPs, afirmou mais cedo que foi aberta sindicância para apurar se houve participação de policiais no crime. Ao todo, oito PMs da UPP do morro Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, estão sendo investigados.

De acordo com a coordenação das UPPs, PMs da unidade foram checar uma denúncia de que traficantes armados estariam circulando num beco da favela, por volta das 22h de anteontem. Ao chegar na viela, eles foram recebidos a tiros. Houve confronto, mas ninguém teria ficado ferido. Também não houve preso ou apreensão.

Por volta das 9h de ontem, a PM diz que foi fazer perícia do tiroteio junto com a Polícia Civil e descobriu o corpo do dançarino nos fundos da creche Paulo de Tarso. Parentes do dançarino afirmam que foram avisados do crime apenas somente às 18h.

Na ocasião, PMs isolaram a área e cercaram a creche para aguardar a chegada da diretora da instituição e iniciar a perícia. No momento do crime, havia uma funcionária dentro da creche. Ela deve prestar depoimento à polícia até o final de semana.

Tortura

A mãe do dançarino, Maria de Fátima, passou quase três horas ontem prestando depoimento na delegacia. Ao sair, disse ter sido informada pelo delegado que seu filho foi atingido por um tiro nas costas, que teria atravessado seu corpo e saído pelo ombro. Ela também diz acreditar que ele foi torturado antes de morrer.

Em laudo, o IML afirma que o jovem morreu de "hemorragia interna decorrente de laceração pulmonar", causada por "ferimento transfixante do tórax" como consequência de "ação pérfuro-contundente". Duas cápsulas de balas foram encontradas por peritos ao lado do corpo.

"Tenho certeza absoluta que o meu filho foi torturado. Ele tinha um corte na cabeça e no nariz. Estava muito machucado. Tinha marcas de botas nas costas. E o perito [do Instituto Médico Legal] disse que ele foi atingido por um tiro no tórax", lamentou emocionada a mãe.

"Não entendi porque ele e todos os documentos dele, passaporte e o cartão do plano de saúde da emissora, estavam molhados se na terça-feira não chovia. Por que a gente só foi tomar ciência da morte 18 horas depois, se ele estava com identificação", disse a mãe.

Douglas Pereira morava com a mãe na rua Barata Ribeiro, em Copacabana. Ele deixou um filha de quatro anos. Segundo a mãe do jovem, ele costumava levar a namorada --remadora do Vasco-- no alto no morro, onde ela mora. Ele ainda encontrava amigos do grupo de dança "Bonde da Madrugada" ali.

Protesto

Após a localização do corpo do jovem, moradores da região do Pavão-Pavãozinho fizeram um protesto na noite de ontem. Eles fizeram barricadas com pedras e paus e atearam fogo em objetos e num carro. Houve confronto com a polícia, e um outro rapaz também foi baleado e morreu.

O tumulto se estendeu por duas das principais ruas do bairro e o comércio fechou as portas. O Batalhão de Choque cercou a entrada do Pavão-Pavãozinho e dezenas de moradores atiraram pedras contra PMs. O Bope (Batalhão de Operações Especiais) também reforçou o policiamento.

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