VALTER LIMA
ARACAJU, SE - A mãe do ajudante de pedreiro que passou 34 horas com a família sob os escombros de um prédio em obras em Aracaju esteve com o filho no hospital e disse que ele está consciente, mas muito triste com a morte do filho, um bebê de onze meses.
O edifício desabou na madrugada de sábado (19), soterrando Josevaldo da Silva, 24, a mulher dele, Vanice de Jesus, 31, a filha dela, Ane Gabriele, 8, e o filho do casal Ítalo Miguel, que não resistiu e morreu depois de ser resgatado.
Nesta segunda-feira (21), Maria José Alves da Silva teve o primeiro contato com o filho, no Hospital de Urgências de Sergipe (Huse).
"Conversei com ele. Embora esteja com o corpo escoriado, está consciente e bem. Mas, quando lembra do filho, se emociona bastante e chora muito. Tanto ele quanto a mulher lembram de tudo o que fizeram para tentar manter o filho vivo", disse Maria José.
Segundo ela, Josevaldo relatou que ouviu um primeiro barulho na estrutura do prédio na noite de sexta-feira (18), mas achou que "era uma coisinha de nada". "Então, eles deitaram para dormir e, na madrugada, começou a desabar. A laje veio sobre eles e ele tentou segurar com o próprio corpo para proteger os outros", afirmou.
De acordo com a mãe de Josevaldo, ele e a mulher residiam em uma casa no mesmo bairro em que o prédio estava sendo construído.
Maria José disse que o filho e Vanice pediram que esperem a alta do hospital para velar o corpo do bebê.
Na noite desta segunda, a assessoria de imprensa da Fundação Hospitalar de Saúde informou que o casal e a menina Ane Gabriele deverão ter alta nesta terça-feira (22).
De acordo com o médico Johnson Lucas Marques, que acompanha os três, o estado de saúde deles é considerado estável.
INQUÉRITO
O delegado responsável pelo caso, Valter Simas, vistoriou os destroços do prédio na manhã desta segunda.
"Estou iniciando o inquérito com essa visita. Viemos dar uma olhada, fazer imagens, ouvir os vizinhos que tiveram muros danificados por conta do desabamento", disse.
O perito criminal Francisco Chagas verificou que o desabamento afetou o muro de um edifício comercial vizinho. Mas, por enquanto, nenhum imóvel na região será interditado.
A polícia ainda vai ouvir o presidente do Crea-SE (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe) e o proprietário do prédio. O inquérito deve ficar pronto em 30 dias.
Escrito por Da Redação
Publicado em 21.07.2014, 19:26:00 Editado em 27.04.2020, 20:11:20
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