Prefeitura de SP retira moradores de favela no parque Dom Pedro 2º

SÃO PAULO, SP - A Prefeitura de São Paulo começou a transferir, na manhã desta quinta-feira (11), 186 pessoas que viviam em uma favela na região do Parque Dom Pedro 2º, no centro.
A maioria delas será acolhida pelo programa Autonomia em Foco em dois prédios alugados pela administração municipal. Os demais deverão ir para albergues da prefeitura ou voltarão a viver na rua.
A saída das pessoas foi pacífica durante todo o período da manhã. O trabalho de retirada das famílias terminará no final da tarde, informou assistentes sociais à reportagem.
A favela estava instalada em um centro de convivência público que havia sido cedido pela prefeitura para abrigar moradores, principalmente, que foram retirados da região da praça da Sé. A ocupação começou há cerca de 1 ano.
O grupo de moradores do local se recusava a ir para albergues convencionais. A principal crítica era em relação as regras, que são consideradas por eles, rígidas.
Após entrar em acordo com os moradores de rua, a prefeitura resolveu criar os espaços em que eles terão mais independência que em outros centros de acolhida.
Os locais ficam na região da Luz e da Sé, onde a reportagem foi acompanhar a chegada dos novos moradores. Lá ficarão 67 pessoas -na Luz outras 119.
O local é um antigo galpão de fábrica que havia sido transformado em um albergue pelo antigo proprietário. A ideia era atrair turistas para a Copa.
O empreendimento não vingou e foi alugado pela prefeitura. O conferente Reginaldo Silva Alves, 38, aprovou o novo lar e disse que esta será uma nova etapa de sua vida.
"É uma oportunidade que eu abracei. Todo mundo tem que encarar como uma nova fase. Depende da vontade de cada um. Vou batalhar a partir de agora", disse Alves, que morava no Parque Dom Pedro há nove meses.
Ele já morou em albergues, na rua e já teve problemas com drogas. De acordo com ele, o crack não faz mais parte de sua rotina há pelo menos sete meses.
No local há quartos de diferentes tamanhos. Os banheiros estão separados em uma área que fica no térreo do prédio de quatro andares. Uma cozinha comunitária está disponível no último andar do espaço.
Para Luciana Temer, secretária de Assistência Social, a iniciativa pretende dar uma liberdade maior as pessoas. "É um modelo novo que eu espero que dê certo. No local haverá uma equipe multidisciplinar para cuidar das pessoas", disse.
De acordo com ela, de seis em seis meses os assistentes sociais farão uma avaliação com os moradores para saber se as pessoas podem ter uma vida autônoma e depender menos da rede de assistência pública.