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Casal gay adota 4 irmãos e obtém licença-adoção

Quando decidiram oficializar a união estável, em março do ano passado, o auditor fiscal Rogério Koscheck, 51, e o contador Weykman Padinho, 37, moradores do Méier, na zona norte do Rio de Janeiro, tinham certeza de que iriam adotar um menino e uma menina.

Da Redação

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O auditor fiscal Rogério Koscheck, 51, e o contador Weykman Padinho, 37, se tornaram pais de três meninas e um menino
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O auditor fiscal Rogério Koscheck, 51, e o contador Weykman Padinho, 37, se tornaram pais de três meninas e um menino
Escrito por Da Redação
Publicado em 16.09.2014, 14:57:00 Editado em 27.04.2020, 20:08:54
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Quando decidiram oficializar a união estável, em março do ano passado, o auditor fiscal Rogério Koscheck, 51, e o contador Weykman Padinho, 37, moradores do Méier, na zona norte do Rio de Janeiro, tinham certeza de que iriam adotar um menino e uma menina. Há três meses, no entanto, eles se tornaram pais de três meninas e um menino (com idades entre sete meses e 11 anos), irmãos biológicos por parte de mãe, soropositiva.

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No momento da adoção, Rogério e Weykman acreditavam que as crianças também estavam infectadas pelo HIV. Mas, no primeiro trimestre da nova família, eles comemoram o fato de que os exames médicos confirmaram que todos estão livres do vírus.

Sendo um profissional autônomo, Weykman pode flexibilizar os horários para ficar mais próximo dos filhos. Mas Rogério (que já é pai biológico de uma mulher de 24 anos) precisou acionar a Justiça. Como servidor da Receita Federal, ele entrou junto ao órgão com um pedido de licença à adotante. "Sempre tive certeza de que seria negada, já que o Estatuto do Servidor Público prevê esse tipo de licença para 'a servidora'".

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Na Justiça, Rogério conseguiu o direito de se ausentar do trabalho por 90 dias, prorrogados por mais 60 dias devido aos cuidados demandados pela filha de sete meses. Segundo ele, esta foi a primeira decisão do tipo no Brasil. "Diferentemente dos pais biológicos, a amamentação que fazemos é de carinho. Temos que construir e manter o vínculo com nossos filhos", explicou Weykman.

E esse vínculo parece estar sendo construído rapidamente. Enquanto brincam em casa, as crianças disputam a atenção dos pais como nas famílias mais convencionais. É sorrindo, com olhos marejados e voz embargada, que os dois lembram os primeiros momentos em que viram os filhos. "Não é mentira. Foi em 1º de abril (deste ano). Eles foram escolhidos por nós, mas na verdade foram eles que nos escolheram", contam, quase em uníssono, emocionados.

Com muita naturalidade ao falar do assunto, Rogério conta que pesquisaram na internet sobre o abrigo onde as crianças estavam. "Vimos que se tratava de um local para soropositivos. Mas em momento nenhum isso foi um empecilho", explicou. "Desde a primeira vez que os vimos, sabíamos que eram nossos filhos, independentemente de qualquer doença", complementou Weykman.

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Apenas o bebê de sete meses precisará de acompanhamento até completar dois anos, por ainda apresentar os anticorpos da doença, herdados da mãe. A professora da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e infecto-pediatra do Hospital Universitário Pedro Ernesto, Luana Correia, acompanhou os casos das três crianças. Ela explica que não é possível determinar se um bebê é soropositivo momentos após o nascimento.

"O teste sorológico para HIV não pode ser usado como diagnóstico de infecção antes dos 18 meses de vida, porque ele detecta os anticorpos, que podem ter sido herdados da mãe, e não o vírus. É preciso fazer outro exame [de carga viral], que procura diretamente o RNA [ácido ribonucleico] do vírus", explica a médica. Ela informa que nenhuma das crianças adotadas pelo casal homoafetivo teve o exame de carga viral positivo.

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