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Tensões em Israel deixa polícia em estado de alerta; 20 jovens são presos

SÃO PAULO, SP - Pelo menos vinte jovens palestinos de cidadania israelense foram presos neste domingo (9) pela polícia em uma crescente onda de protestos da minoria árabe em Israel, depois da morte de um jovem árabe israelense por forças de segurança isra

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 09.11.2014, 17:35:00 Editado em 27.04.2020, 20:06:05
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SÃO PAULO, SP - Pelo menos vinte jovens palestinos de cidadania israelense foram presos neste domingo (9) pela polícia em uma crescente onda de protestos da minoria árabe em Israel, depois da morte de um jovem árabe israelense por forças de segurança israelenses em uma cidade na Galiléia.
"O nível de alerta da polícia subiu ao nível três nas localidades árabes de Israel, onde foram mobilizados reforços de centenas de homens", afirmou o porta-voz da polícia. O nível máximo é o de número 4.
O episódio da morte de Jeir Hamdan, 22, que tentou impedir a prisão de um amigo em Kfar Kana, no norte de Israel, ameaçando os oficiais com uma faca, deixou a polícia em estado de alerta neste domingo (9) por temor que a tensão vivida em Jerusalém se propague para as localidades árabes de Israel.
As forças de segurança realizaram disparos de advertência antes de atirar diretamente contra ele, acrescentou a fonte. Hamdan morreu enquanto era levado para o hospital.
Um vídeo de uma câmera de vigilância mostra quando o jovem ataca um carro da polícia, batendo contra uma das janelas. Segundo a polícia, ele carregava uma faca. Em seguida, os agentes saem do carro e Hamdan tenta fugir. Um policial dispara várias vezes e o jovem cai no chão. Ele é arrastado pela polícia para dentro do carro e levado para o hospital.
A família da vítima denunciou o que chamou de "assassinato a sangue frio", uma acusação retomada pela imprensa palestina.
O centro jurídico de defesa dos direitos da minoria árabe, Adalah, taxou a morte de "execução", rejeitando a versão da polícia de que teria realizado disparos de advertência.
Apesar de uma investigação aberta pelo ministério da Justiça, o centro recorda que "a experiência dos árabes israelenses atesta que os policiais responsáveis pela morte de um dele jamais são levados ante a justiça".
PROTESTOS
Cerca de 2.500 pessoas se manifestaram na localidade onde vivia a vítima e uma greve geral do comércio foi convocada para este domingo.
Manifestações e protestos ocorreram de forma intermitente pela manhã em centros universitários, cruzamentos e vias de aldeias árabes, estendendo-se por dezenas de aldeias da tarde.
"Cargo: ser um árabe. Sentença: a morte ", dizia um dos cartazes que os manifestantes seguravam em um protesto na cidade Universidade de Haifa habitada por ambas as comunidades.
Também a Universidade de Tel Aviv e outros centros acadêmicos foram a cenário de concentrações de estudantes árabes que agitavam bandeiras e fotos da vítima, que foi identificada como "shahid" (mártir) palestino.
Ahlam Shihab, um estudante de direito na universidade, disse ao serviço de notícias Ynet que "o que aconteceu em Kfar Kana lembra os acontecimentos de 2000", quando 13 árabes israelenses foram mortos pela polícia em protestos em apoio à Intifada que tinha começado na Cisjordânia.
Em outros lugares concentrações ocorreram nos cruzamentos onde os jovens tentaram bloquear o tráfego com pneus em chamas e pedras, enquanto a polícia tentava retirá-los e transferi-los para áreas remotas da pista.
Na principal estrada que liga Tel Aviv com Jerusalém indivíduos jogaram pedras em um ônibus até a aldeia de Abu Puxa.
"Nós não vamos parar até que os policiais são demitidos e processados", disse um manifestante.
A polícia reforçou hoje a sua presença em todas as aldeias da Galileia, em antecipação à agitação, e, por motivo de segurança, suspendeu um jogo de futebol da primeira divisão e outro de basquete de uma liga da juventude, uma vez que ambos envolviam uma equipe árabe.
As cidades árabes israelenses se mantiveram até agora relativamente à margem das tensões na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, a parte palestina da Cidade Santa ocupada e anexada por Israel.
Os árabes israelenses são descendentes dos 160 mil palestinos que ficaram em suas terras depois da criação do Estado de Israel, em 1948. São mais de 1,4 milhão, ou seja, 20% da população israelense.
Por outro lado, novos confrontos foram registrados em Jerusalém entre jovens palestinos e policiais israelenses, que responderam com gases lacrimogêneos, bombas de efeito moral e balas de borracha.
A violência aumentou na Cidade Velha desde que os extremistas judeus reforçaram sua campanha para exigir uma modificação do status quo ratificado em 1967, que permite a visita à a Esplanada das Mesquitas, mas sem direito a rezar neste local sagrado.
Apesar disso, vários militantes ultra religiosos realizaram várias visitas ao terceiro local santo do Islã, desencadeando violentos choques com os palestinos que os acusam de tentar expulsá-los de Jerusalém Oriental.
Além disso, foram realizados na Faixa de Gaza vários atentados contra dirigentes do Fatah, partido do presidente da Autoridade Palestina Mahmud Abbas.
Os ataques fazem temer uma nova onda de violência entre grupos palestinos neste território, onde o movimento islamita Hamas tomou o poder pela força em 2007 depois de quase uma guerra civil como Fatah.

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