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No terceiro dia sem PMs, clima é de pânico

RECIFE, PE, E ABREU E LIMA, PE - No terceiro dia de greve dos policiais militares de Pernambuco, o clima na região central do Recife é de pânico generalizado. Em alguns locais, comerciantes estão baixando as portas com medo de arrastões, e pedestres saem

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 15.05.2014, 14:51:00 Editado em 27.04.2020, 20:14:42
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RECIFE, PE, E ABREU E LIMA, PE - No terceiro dia de greve dos policiais militares de Pernambuco, o clima na região central do Recife é de pânico generalizado. Em alguns locais, comerciantes estão baixando as portas com medo de arrastões, e pedestres saem em disparada ao menor rumor da chegada de criminosos.

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Na praça do Derby, um homem desceu de uma moto por volta das 13h e atirou para o alto para dispersar um grupo de 15 pessoas, incluindo menores de idade, que faziam um arrastão. Ele estava à paisana e não se sabe se era ou não policial.

"A gente desceu do ônibus e tava todo mundo correndo. A gente correu também. A situação está desesperadora", disse a dona de casa Alaíde Souza, 33. Pouco antes, ela foi assaltada por dois homens quando ia buscar as filhas na escola. Os criminosos apontaram a arma para a dona de casa e levaram R$ 72 o cartão do banco e documentos. Alaíde já estava com as filhas, de cinco e nove anos de idade, quando começou a correria.

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Servidores públicos e estudantes estão sendo dispensados do trabalho e das aulas em várias repartições e escolas do Recife.


ARRASTÕES

Cerca de uma hora antes, manifestantes estavam concentrados na mesma praça do Derby, antes de saírem em caminhada em direção ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo pernambucano.

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Há relatos de arrastões no centro do Recife e nos bairros de Casa Amarela e Água Fria (zona norte) e no município de Paulista, na região metropolitana. Mais boatos da ação de criminosos, ainda não confirmados, se espalham por diversos outros bairros.


COMÉRCIO FECHADO

No centro do Recife, as lojas estão fechadas ou com as portas pela metade no início desta tarde. Na rua da Concórdia, tradicional rua de comércio de eletrônicos e peças de motos, praticamente todas as lojas fecharam as portas.

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O vendedor José Edílson da Silva disse que a loja onde trabalha está funcionando, mas com a porta parcialmente fechada desde esta quarta-feira (15). Segundo ele, por volta das 13h houve um arrastão e tentaram roubar um carro na rua.

O vendedor Marcos Andrade, contou que a loja de equipamentos de som profissional onde ele trabalha, que fecha normalmente às 18h, já estava baixando as portas. "É um caos completo. Não está dando ninguém", afirmou, referindo-se à clientela. Até as barracas do camelódromo, na avenida Dantas Barreto, no bairro de São José, estão fechadas.

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POLICIAIS FURAM GREVE EM ABREU E LIMA

"Infelizmente ou felizmente, está no sangue. A gente está de greve, mas fez o juramento de defender o cidadão e na hora de perigo o dever fala mais alto."
A frase é de um dos policiais militares que, mesmo em greve, conduziram a prisão de um rapaz que tentou assaltar uma pedestre no início da tarde desta quinta-feira (15), em Abreu e Lima, na região metropolitana do Recife.

Essa foi a primeira e única prisão até o início desta tarde no município que registrou até agora o maior volume de saques e arrastões em lojas e outros estabelecimentos desde que a Polícia Militar de Pernambuco entrou em greve, na terça-feira (14). Entre as reivindicações, os PMs pedem aumento salarial de 50% para praças (cabos e soldados) e de 30% para os oficiais. Atualmente, um soldado da PM recebe salário de R$ 2.409, enquanto um coronel, R$ 13,6 mil.

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O posto da PM em Abreu e Lima fica no epicentro da onda de arrastões e saques. Várias lojas saqueadas estão a poucos metros do prédio, agora ocupado por policiais sem fardas. Eles estão apenas com coletes à prova de balas e fortemente armados.

Os policiais não querem gravar entrevistas, mas dizem que estão fazendo a defesa patrimonial do posto policial e deles próprios. Mesmos assim, prenderam o homem que tentou assaltar uma pedestre a cerca de 200 metros do posto.

Pela manhã, o movimento ainda foi intenso nas ruas de Abreu e Lima, que é cortada pela BR-101 Norte. Muitos lojistas faziam reparos em seus estabelecimentos ou retiravam mercadorias a fim de evitar mais prejuízo em caso de novos saques.

O governo de Pernambuco diz que, neste momento, não pode negociar reajuste salarial, já que a legislação impede esse tipo de promoção dentro do período de 180 dias antes das eleições. As negociações, neste momento, estão canceladas.


PREJUÍZOS

Um dia após uma onda de saques em Abreu e Lima, na Grande Recife, comerciantes locais começaram a calcular os prejuízos nesta quinta-feira (15) e até a montar barricadas de ferro para evitar novas ações de assaltantes.

"A gente está botando essas barras de ferro aqui para conter o vandalismo e evitar que tenha novos arrombamentos na loja. E também estamos contratando segurança particular para que possa ficar olhando o patrimônio, até que tudo isso se resolva", disse à reportagem a gerente de loja Iderlândia Cândida.

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