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Presidente do PMDB confirma a saída de Sarney da vida pública

GABRIELA GUERREIRO BRASÍLIA, DF - O presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), confirmou nesta terça-feira (24) a decisão do senador José Sarney (PMDB-AP) de não disputar a reeleição ao Senado em outubro. Em conversa por telefone, Sarney disse ao presidente

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 24.06.2014, 18:07:00 Editado em 27.04.2020, 20:12:40
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GABRIELA GUERREIRO
BRASÍLIA, DF - O presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), confirmou nesta terça-feira (24) a decisão do senador José Sarney (PMDB-AP) de não disputar a reeleição ao Senado em outubro. Em conversa por telefone, Sarney disse ao presidente da sigla que vai encerrar sua carreira política em razão da saúde frágil de sua esposa, mas ouviu do presidente do PMDB um apelo para permanecer na vida pública.
Raupp não descartou a possibilidade de Sarney mudar de ideia até sexta-feira, quando o PMDB do Amapá realiza sua convenção estadual, porque considera que o peemedebista tem apoio suficiente para se reeleger senador pelo Amapá.
"Não se pode dizer que dessa água não bebo. Mas temos que aguardar. O nosso desejo é que ele continue [na vida política]", afirmou Raupp.
Sarney telefonou na manhã desta terça-feira para Raupp com o objetivo de comunicá-lo sobre a desistência de sua candidatura. O senador disse que sua principal motivação é a saúde da mulher, Marly, que enfrenta problemas nos joelhos e coluna que dificultam sua locomoção.
Nos bastidores, Sarney confidenciou a aliados que teme não ser reeleito diante da crescente resistência ao seu nome no Amapá e não estaria disposto a encerrar sua carreira, aos 84 anos, com uma derrota.
Raupp disse, porém, que pesquisas internas do partido apontam que Sarney teria mais de 53% dos votos ao Senado no Estado --o que reforça a intenção do PMDB em lançá-lo candidato. "Durante a campanha, acho que ele conseguiria vencer as eleições. A fatia dele [do eleitorado] seria garantida. É mais uma questão pessoal de problemas de saúde", afirmou.
O presidente do PMDB disse que, se Sarney efetivar sua saída da vida pública, vai ser um "conselheiro" do partido, sem se afastar das decisões da sigla. "O PMDB inteiro está triste, ele vai fazer muita falta."
Vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC) afirmou que Sarney foi um "grande aliado em momentos de dificuldades" do governo Lula, especialmente em meio ao escândalo do mensalão. "O presidente Sarney era um dos líderes do PMDB, que tem um número grande de expoentes. Vai seguir tendo papel importante na vida do PMDB."
O petista admitiu que aliados de Sarney não estão em "posição confortável" no Amapá, por isso a questão política pode ter pesado em sua decisão --embora não descarte a permanência do senador na vida pública. "Ulysses Guimarães falava que a porta tem que estar sempre aberta na política. O Amapá é um Estado em efervescência, mas até o fechamento da ata da convenção podem acontecer mudanças."
DECISÃO
Sarney comunicou nesta segunda-feira (23), em nota divulgada por assessores no Amapá, a decisão de encerrar a carreira política. O gabinete de Sarney no Senado não confirma a informação e diz que o jornalista que teria redigido a nota em nome de Sarney agiu "por conta própria".
O peemedebista passou o dia em sua residência, em Brasília, em conversas por telefone. Além de Raupp, também conversou com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
A decisão, se levada a cabo, encerra uma das mais longevas carreiras políticas brasileiras. Na nota, o peemedebista afirma que "chegou a hora de parar um pouco com o ritmo de vida pública" que consumiu 60 anos de sua vida e lhe "afastou da convivência familiar".
Apesar de sempre ter morado no Maranhão, Sarney construiu parte de sua carreira política no Amapá, onde foi eleito senador em 1990 e depois reeleito em 98 e 2006.
Nesta segunda-feira, o senador participou de evento em Macapá, ao lado da presidente Dilma Rousseff, no qual foi vaiado pelo público sempre que teve o nome mencionado.
Na ocasião, foi provocado pelo governador do Estado e adversário político local, Camilo Capiberibe (PSB), que criticou "aqueles que se aliaram ao ditadores" no regime militar (1964-1985). Sarney integrou a Arena, partido que deu sustentação à ditadura.
Ao voltar do Amapá, no avião presidencial, o senador falou com Dilma sobre a decisão de abandonar a vida pública, algo que vinha ensaiando.

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