MAIS LIDAS
VER TODOS

Política

4 - Em depoimento à PF, braço direito de Youssef cita tesoureiro do PT

BRASÍLIA, DF - Depoimento prestado por um novo colaborador da Polícia Federal aponta que o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, esteve várias vezes na sede da CSA Project Finance, empresa do doleiro Alberto Youssef e do ex-deputado José Janene (P

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 22.08.2014, 17:04:00 Editado em 27.04.2020, 20:10:19
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

BRASÍLIA, DF - Depoimento prestado por um novo colaborador da Polícia Federal aponta que o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, esteve várias vezes na sede da CSA Project Finance, empresa do doleiro Alberto Youssef e do ex-deputado José Janene (PP-PR), que morreu em 2010, "possivelmente a fim de tratar de operações com fundos de pensão" com o outro sócio da empresa.
Ao decidir colaborar com a polícia, o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa afirmou ser sócio da CSA Project Finance Consultoria e Intermediação de Negócios Empresariais e disse que integrantes do esquema de lavagem de dinheiro, desmontado pela Operação Lava Jato, podem ter pagado propina para captar dinheiro do fundo de pensão da Petrobras, o Petros.
Segundo o advogado, que é suspeito de ser um testa de ferro do doleiro Alberto Youssef numa das empresas do megaesquema de lavagem de dinheiro, logo na primeira operação da empresa, "percebeu que havia algo de errado". Tratava-se de "pagamento de propina para os funcionários da Petros".
Homem de confiança do ex-presidente Lula e ligado ao ministro Ricardo Berzoini (Relações Institucionais), Vaccari é responsável pelas contas do PT desde 2010. Conhecido por ser discreto, Vaccari é acusado pelo Ministério Público de participar de desvio de dinheiro na Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), em 2002. O petista diz que é perseguido por promotores.
Além de sócio da CSA, o novo delator é também apontado como suspeito de ser laranja do doleiro Alberto Youssef na empresa GFD, usada no esquema de lavagem de dinheiro. Como a Folha revelou Vaccari Neto esteve na sede da GFD Investimentos.
Na ocasião, ao ser questionado sobre sua presença na empresa, em São Paulo, Vaccari admitiu conhecer Youssef e que foi ao local para encontrá-lo. Disse que foi embora ao saber que o doleiro não estava. O petista afirmou "não ter relacionamento" com o doleiro, mas não explicou a razão pela qual foi procurá-lo.
O relatório de investigação da PF reproduz o registro de entrada e saída de Vaccari na sede da GFD na manhã do dia 11 de fevereiro deste ano. A Lava Jato foi deflagrada em 17 de março, quando cinco doleiros foram presos, entre eles Youssef.
Na manhã desta sexta-feira (22), a Folha de S.Paulo procurou Vaccari por meio da assessoria de imprensa do PT, mas ainda não obteve resposta sobre as afirmações do novo colaborador da PF. A reportagem ainda tenta contato com a assessoria da Petros.
Ao jornal "O Estado de S.Paulo" Vaccari disse que não conhece o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, mas admitiu ser amigo do outro sócio da CSA. Ele garantiu nunca ter tratado de negócios com a empresa.
Afirmou que, entre 2005 e 2006, período em que ocorreu a operação com o Petros, não era tesoureiro do PT, mas sindicalista. Segundo o jornal, ele lamentou a declaração do colaborador e se colocou à disposição da Justiça para eventuais esclarecimentos.
FUNDO DE PENSÃO DA PETROBRAS
O advogado é réu numa das ações da Lava Jato que tramita na Justiça Federal do Paraná. Ele está preso e prestou um depoimento à PF no dia 15 de agosto. Disse que decidiu colaborar de forma espontânea contando tudo o que sabe na esperança de que sua iniciativa seja levada em conta na hora em que a Justiça definir a sentença.
E-mails interceptados durante a investigação revelaram que Youssef usou empresas do esquema para criar fundos de investimento que receberam dinheiro de fundos de pensão de prefeituras e empresas estatais, inclusive a Petros.
No depoimento, Carlos Alberto Pereira da Costa afirmou que a papelada sobre o pagamento está no escritório dele em Barra Mansa (RJ). Segundo o colaborador, ela envolveu uma cédula de crédito bancário que foi adquirida pela Petros por R$ 13 milhões.
O negócio, afirmou o delator, envolveu pelo menos três empresas e resultou num saque em espécie de R$ 500 mil que teriam sido partilhados por cinco pessoas, entre elas dois diretores da Petros. A operação aconteceu em 2005 ou 2006, de acordo com o depoimento.

continua após publicidade

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Política

    Deixe seu comentário sobre: "4 - Em depoimento à PF, braço direito de Youssef cita tesoureiro do PT"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!